Os impactos da inteligência artificial na contabilidade e no papel do contador 2.0
Já não é novidade que a inteligência artificial (AI, sigla em inglês) está evoluindo
Já não é novidade que a inteligência artificial (AI, sigla em inglês) está evoluindo, se tornando cada vez mais concreta e se expandindo para diferentes áreas de negócio. Prova disso são as recentes notícias que mostram, por exemplo, como a Amazon vai levar a assistente digital Alexa para dentro das empresas.
A tecnologia na contabilidade vem possibilitando o aumento da inteligência artificial na contabilidade, trazendo benefícios como redução de custo operacional, melhoria na eficiência, automatização de processos e otimização de preços para empresas em todo o mundo. Tudo o que você precisa saber sobre AI na contabilidade, aqui. E muitas empresas já usam a AI para automatizar tarefas como agendamento de de horários e realização de chamadas telefônicas.
Barry Libert (CEO e Conselheiro focado em plataformas e redes) e Megan Beck (consultora digital) da Open Matters, mostram em um artigo da Harvard Business Review, que muitas empresas já usam a AI para automatizar tarefas como agendamento de de horários e realização de chamadas telefônicas.
# Alexa recebeu um novo emprego
Alexa é uma assistente virtual inteligente desenvolvida pela subsidiária da Amazon.com. Ela é, sem dúvida, um dos destaques da atualidade. Segundo a companhia, ela já conta com mais de 15 mil “habilidades”, ou seja, ela permite que seus usuários interajam com mais de 15 mil aplicativos por meio de comandos de voz. |
Depois do enorme sucesso da Alexa, que cada vez mais vem sendo incorporada a dispositivos para automação doméstica, como pedir pizzas e controlar termostatos em casa, a Amazon decidiu levar os recursos do seu assistente digital inteligente para os escritórios. Lançada oficialmente em novembro de 2014, esta assistente virtual inteligente passou a responder a questões econômicas para clientes da empresa UBS Group AG (empresa de serviços financeiros suíços), depois que foi criada uma nova parceria entre a UBS Wealth Management e a Amazon.
A assistente pessoal pode fazer chamadas telefônicas, enviar mensagens ou buscar informações. O fato é que a Alexa poder responder a perguntas com as informações fornecidas pelo escritório principal de investimentos da UBS, sem sequer ter que pegar o telefone ou visitar um site. E isto é só o começo do que a Alex pode oferecer em termos empresariais.
Em um futuro não muito distante, ela pode estar reservando compromissos, analisando mercados, talvez até comprando e vendendo ações. “Você simplesmente pode dizer ‘Alexa, comece a reunião’, e ela liga o equipamento de videoconferência, marca o número para a chamada em conferência e encaminha a reunião”, exemplificou Tara Walker, da Amazon Web Services, em uma publicação do blog.
Contabilidade digital: o futuro que AI reserva
Se há algumas décadas as pessoas só imaginavam máquinas capazes de aprender com os seres humanos, hoje isso é uma realidade, principalmente, com os assistentes virtuais como a Alexa.
Ao longo dos próximos anos, a inteligência artificial na contabilidade pode mudar exponencialmente a forma como reunimos informações, tomamos decisões e nos conectamos com as partes interessadas. Isso porque a definição de inteligência artificial está relacionada à capacidade das máquinas de pensarem como seres humanos – de terem o poder de aprender, raciocinar, perceber, deliberar e decidir de forma racional e inteligente.
A inteligência artificial é cada vez mais uma realidade, transformando a maneira como as pessoas e empresas se relacionam com a tecnologia na contabilidade e como as coisas funcionam. Alguns líderes estão começando a usar a inteligência artificial na contabilidade para automatizar tarefas, como fazer chamadas telefônicas. Mas os benefícios da AI podem servir de apoio em decisões mais complexas em áreas como recursos humanos, orçamento, marketing e até estratégia corporativa.
Na área contábil no Brasil, já há aplicações (a maioria ainda em teste) que utilizam mecanismos de inteligência artificial para:
- Calcular tributos
- Realizar classificação fiscal de documentos
- Identificação de pontos de auditoria
- Análise de comportamento dos indicadores de resultado
Além disso, há projetos em andamento com objetivo de:
- Automatizar os processos internos do escritório contábil usando computação cognitiva
- Automatizar o relacionamento com clientes utilizando machine learning
- Detectar preventivamente riscos tributários e trabalhistas
- Sugerir aos gestores ações preventivas com base em tendências e comportamentos
Uma das questões que ainda levanta muitas dúvidas será em relação às decisões dos líderes corporativos. Sabemos que estas decisões são particularmente importantes para a vida das pessoas, sejam elas clientes, funcionários, parceiros e investidores. A inteligência artificial pode ajudar a trazer a imparcialidade a essas decisões difíceis.
Inteligência Artificial nos serviços de consultoria
Muito se tem questionado sobre o futuro de algumas profissões com o aumento da AI nos negócios. Os consultores de elite, por exemplo, fornecem aconselhamento e orientação perspicazes. No entanto, uma grande quantidade do que é pago pelos serviços de consultoria é para análise e apresentação de dados.
Segundo artigo publicado na Harvard Business Review, “o mercado norte-americano de conselhos corporativos por si só é de quase US $ 60 bilhões. Quase todos esses conselhos são de alto custo e baseados em humanos”. Atualmente, os consultores reúnem, limpam, processam e interpretam dados de diferentes partes das organizações. Mas AI é ainda melhor e mais rápida.
A contabilidade digital tem permitido mudanças ao nível da automatização de processos, mas muitos clientes corporativos preferem falar com os consultores de estratégia a fim de obterem conselhos customizados e de alto custo.
Em breve, a Alexa assumirá o papel de consultor de elite ao responder a questões sobre rentabilidade e segmentação da empresa. Desta forma, o contador ganha tempo para se dedicar à gestão e estratégia do seu escritório, o atendimento se torna consultivo e segmentado e consegue se dedicar a aquisição de novos clientes.
A inteligência artificial poderá ajudar os seres humanos a ultrapassar nossas capacidades e preconceitos de processamento. Esses desenvolvimentos mudarão muitos empregos, por exemplo, os de consultores, advogados e contadores, cujos papéis evoluirão de análise para julgamento.
Hoje as aplicações de AI já analisam enormes quantidades de dados produzindo insights importantes no mercado financeiro. Além disso, no mundo do big data, os algoritmos são capazes de construir modelos de computador capazes de detectar padrões e inferir regras de dados. Mas a AI pode ainda apoiar em decisões mais complexas em áreas-chave como recursos humanos, orçamento, marketing, alocação de capital e até mesmo estratégia corporativa.
É provável que mais cedo do que você pensa, os executivos poderão perguntar: “Alexa, qual é a linha de produtos mais rentável da empresa?” ou “Qual segmento de mercado devo priorizar?”. E a AI também pode trazer valor para o orçamento e o processo anual de alocação de capital. A inteligência artificial pode ajudar a rastrear o retorno dos investimentos por unidade de negócios ou medir o quanto é atribuído às linhas de produtos em crescimento ou declínio. E as empresas poderão em breve perguntar: “Alexa, qual percentual do meu orçamento está alocado de forma diferente do ano anterior?”
O receio de ser substituído por tecnologia pode amedrontar o contador. Mas, é preciso se jogar de cabeça na tecnologia na contabilidade para entender quais as mudanças que os profissionais estão sofrendo e como permanecer no mercado.
Nesta transição de papeis, sai de cena o contador estritamente focado em gerar relatórios, digitar documentos, fazer fechamento e entra em cena o contador 2.0. Uma nova versão do contador, totalmente readaptado para sobreviver ao mundo tecnológico.
Embora o setor de serviços financeiros já tenha começado a mudança, a inteligência artificial irá mover o mercado ainda mais, para a gestão por máquinas inteligentes e a contabilidade não irá ficar de fora.
O mundo está se reinventando e nessa transformação é preciso estar atento às novas tecnologias, utilizando ferramentas que otimizam o dia a dia. Assim, o contador 2.0 ganha tempo para se dedicar ao que não pode ser automatizado, como: liderança estratégica, gestão e geração de valor aos clientes.
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