De volta à escola com apoio do empregador

As empresas apoiam empregados que fazem uma variedade de programas de pós-graduação, mas os cursos de mestrado em administração de empresas são, de longe, o destino mais comum.

Autor: Melissa KornFonte: Valor Econômico

Para atrair jovens profissionais talentosos, um número crescente de empresas dos setores de finanças, consultoria e tecnologia está oferecendo um benefício bastante peculiar: a possibilidade de voltar à escola.

Muitas estão assessorando seus funcionários no complexo processo de admissão de cursos de pós-graduação, pagando pela preparação para os exames, convidando especialistas em admissões para ajudar com as inscrições, montando entrevistas simuladas com altos executivos e até mesmo trazendo representantes das universidades para sessões de informação no escritório.

As empresas apoiam empregados que fazem uma variedade de programas de pós-graduação, mas os cursos de mestrado em administração de empresas são, de longe, o destino mais comum.

Pode parecer contraproducente incentivar os funcionários a deixar o trabalho para voltar para a escola, mas as empresas afirmam que ajudar no processo de admissão para um curso de pós-graduação constrói lealdade de longo prazo e que a oferta de subsídios para programas educativos aumenta as chances de que os empregados voltarão após a formatura. (A maioria das empresas reembolsa os funcionários só depois que eles frequentam o curso por um certo número de meses ou até anos.)

Programas assim já existem há tempos, mas eles têm se tornado mais populares nos últimos anos, à medida que o processo de recrutamento se aquece.

Os empregados em geral começam a buscar cursos de MBA dois ou três anos depois de começar numa empresa. Os programas de preparação oferecidos por alguns empregadores são geralmente voltados para funcionários de alto potencial e buscam encaminhar esses empregados às universidades mais conceituadas.

O interesse de empresas pelos cursos de preparação para exames de admissão oferecidos pela Manhattan Prep, em Nova York, começou a aumentar há seis anos e vem crescendo de maneira estável desde então, diz Evyn Williams, gerente de marketing e relações corporativas da escola.

A lista de clientes da Manhattan Prep é uma espécie de indicador de quais empresas são as principais provedoras de alunos para os cursos de pós-graduação das faculdades americanas de elite e inclui nomes como Goldman Sachs Group Inc., Boston Consulting Group Inc., Deloitte Consulting LLP e Google Inc.

Na esperança de abocanhar os melhores talentos, a BCG começou em 2005 a apoiar a preparação de funcionários para a admissão em cursos de pós-graduação e passou a oferecer cursos na própria empresa em 2008. Recentemente, ela adotou treinamento on-line para melhor acomodar os empregados que viajam.

Jennifer Comparoni, chefe de recrutamento da BCG nas Américas, diz que oferecer apoio a empregados que querem fazer pós-graduação faz parte da estratégia de recrutamento da empresa. A BCG também reúne candidatos à pós-graduação e funcionários de cargos mais altos que já fizeram um MBA para que aqueles possam receber ajuda na elaboração de ensaios e preparação para entrevistas. E o apoio não termina quando o funcionário é admitido: cerca de 75% dos empregados com pelo menos dois anos na empresa têm direito a subsídio dos custos por até dois anos de pós-graduação, com o reembolso ocorrendo na volta do funcionário depois de formado.

"É um investimento significativo, tanto financeiramente como em termos de tempo, mas nós o vemos como uma das coisas mais importantes para o desenvolvimento de nossos profissionais", diz Julie Meehan, diretora da Deloitte que supervisiona o recrutamento de recém-formados.

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