Privacidade e WhatsApp: em que a última atualização interfere?
A atualização da Política de Privacidade do WhatsApp gerou polêmica e desagradou diversos usuários da plataforma no início de 2021. No novo texto, quem possuísse o aplicativo permitiria que dados fossem compartilhados com a empresa mãe, o Facebook, e com terceiros, a partir de conversas com contas comerciais.
A atualização da Política de Privacidade do WhatsApp gerou polêmica e desagradou diversos usuários da plataforma no início de 2021. No novo texto, quem possuísse o aplicativo permitiria que dados fossem compartilhados com a empresa mãe, o Facebook, e com terceiros, a partir de conversas com contas comerciais.
O novo recurso impacta, principalmente, o aspecto comercial e funções como o carrinho de compras em conversas com contas de empresas. No entanto, a medida saiu pela culatra com o temor de quebra na criptografia e utilização dos dados pessoais.
O WhatsApp, porém, garante que as medidas não afetam as conversas pessoais, nem a proteção do conteúdo.
Se você ficou com dúvida sobre a atualização, neste post, esclarecemos tudo sobre o caso. Confira nos tópicos abaixo:
Do que se trata a atualização da Política de Privacidade?
No começo de 2021, o WhatsApp passou a exibir para os usuários, em nova atualização, uma mudança na Política de Privacidade. A partir da autorização do usuário, o Facebook, empresa-mãe, terá acesso a determinados dados de quem possui o aplicativo de mensagens.
Caso uma empresa use esse serviço, o WhatsApp deverá exibir um aviso na conversa para que o usuário decida se deseja ou não continuar a conversa.
A preocupação, no entanto, é que a nova atualização e a permissão de utilização de dados possa comprometer a criptografia de ponta a ponta.
“Algumas empresas podem trabalhar com provedores de serviços terceirizados (o que pode incluir o Facebook) para ajudar a gerenciar suas comunicações com seus clientes. Por exemplo, uma empresa pode fornecer acesso às suas comunicações para esses provedores de serviços terceirizados para enviar, armazenar, ler, gerenciar ou processar essas comunicações para a empresa”, diz o trecho.
Desde 2016, o Facebook utiliza alguns dados dos portadores do WhatsApp para "afiar" os algoritmos. Quem criou conta após a data já tem seus dados cruzados com algumas propriedades da outra rede social. Até o momento, no entanto, o usuário pode escolher por não compartilhar dados com o Facebook, o que deixa de existir a partir do dia 15 de maio.
O impacto foi grande, inclusive para os rivais.
Signal e Telegram tiveram grande crescimento desde o anúncio das novas regras da concorrente. O primeiro, inclusive, chegou à marca de 50 milhões de downloads após um boom com a decisão do WhatsApp. O segundo, por sua vez, anunciou que teve a chegada de novos 25 milhões de usuários em apenas 72h.
A nova atualização dá direito ao WhatsApp enviar todos os dados para o Facebook?
A atualização inclui novas opções que as pessoas terão ao conversar com empresas no WhatsApp e que, de acordo com a empresa, “aumentará a transparência sobre a coleta e o uso de dados”. Somente os dados destes tipos de conversa serão repassados.
Os chats com amigos e familiares, em contas não-comerciais, não poderão ter seus dados repassados para o Facebook.
Quais dados são enviados para o Facebook?
Entre os dados que serão compartilhados com a empresa-mãe estão informações de registro, como o número de telefone, o endereço de IP, informações sobre o aparelho utilizado (o modelo, nível de bateria, por exemplo), dados de transações e pagamentos, interações com outros, como as empresas (tempo e frequência e duração de atividades), relatórios e registros de desempenho.
O conteúdo das conversas, no entanto, continuará criptografado.
Até quando os termos poderão ser aceitos?
Conforme informado pela empresa no último dia 15 de janeiro, o usuário terá até o dia 15 de maio para optar por continuar ou não utilizando o aplicativo dentro dos termos. A data anterior, 8 de fevereiro, foi mudada para que o utilizador da ferramenta possa ter tempo para se adaptar e se informar melhor sobre as novas medidas.
O que diz o WhatsApp?
A empresa, em comunicado realizado na última semana, afirmou que as conversas pessoais ainda estarão sendo protegidas pela criptografia de ponta a ponta. Ou seja: o conteúdo das mensagens enviadas para seus amigos e família ainda estarão protegidas.
“O WhatsApp foi desenvolvido com base em uma ideia simples: tudo o que você compartilha com seus amigos e familiares fica só entre vocês. Suas conversas pessoais estão sempre protegidas com a criptografia de ponta a ponta, o que significa que essas conversas são privadas, e que o WhatsApp e o Facebook não podem ler nem ouvi-las. Por essa razão, não mantemos o registro das pessoas para as quais você ligou ou enviou mensagens. Além disso, não compartilhamos seus contatos com o Facebook e não podemos ver a localização que você compartilhou nas conversas”, afirmou em nota.
A mensagem "Eu Não Autorizo” na conversa protege o usuário?
Não. Há uma mensagem circulando por diversos grupos em que o usuário “não autoriza” a utilização dos dados caso encaminhe ela para diversas conversas. No entanto, este “recurso” não tem validade.
“Não dou permissão ao Whatsap ou a qualquer organização associada ao Whatsap, como Facebook e Instagram e outros , para usar minhas imagens, informações, mensagens, fotos, mensagens excluídas, arquivos, etc.”.
A única maneira de não permitir a utilização dos dados é a opção por desinstalar o aplicativo a partir do dia 15 de maio.
Como saber se houve a autorização para o Facebook ter acesso aos dados do WhatsApp?
Para saber se a autorização, é necessário baixar o relatório com os dados da conta em três passos:
- Abra o aplicativo WhatsApp
- Vá até ‘Configurações’
- Toque em ‘Conta’ e selecione ‘Solicitar dados da conta’
O relatório com os dados solicitados chegará em até três dias.
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