Como o cenário empreendedor tem se destacado no Clubhouse
A possibilidade de ouvir e se conectar com CEOs, gestores, lideranças e especialistas pelo aplicativo tem proporcionado novas experiências e oportunidades para pequenos e futuros empreendedores
Ainda restrita a dispositivos Apple, a nova rede social americana Clubhouse, disponível no Brasil há pouco mais de um mês, vem se estabelecendo como palco de discussões sobre diferentes temas. No cenário empresarial, a ferramenta vem aproximando empreendedores e tem contribuído para marcas e profissionais se destacarem por meio da produção de conteúdo.
A conversa entre o empresário bilionário Elon Musk e Vlad Tenev, presidente do aplicativo de investimentos Robinhood, é apontada como o primeiro grande destaque da plataforma, gerando grande disputa por convites para o Clubhouse.
A presença de outros executivos de tecnologia no aplicativo, como Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e Bill Gates, fundador da Microsoft, também despertam a curiosidade de quem ainda não entrou para o clube.
Alguns registros mostram que convites foram vendidos em marketplaces, como o Alibaba – tamanha a urgência que alguns têm em tentar participar da plataforma.
No Brasil, o empreendedor Tallis Gomes, fundador da Easy Taxi e do Singu, foi um dos primeiros a explorar a plataforma e a produzir conteúdo junto de outros empreendedores.
Assim como em outras redes, as estratégias de comunicação do Clubhouse contribuem para o fortalecimento de propósito e reputação. Por lá, é possível permitir que CEOs, gestores, lideranças, colaboradores, especialistas, formadores de opinião e outros falem diretamente com os seguidores, de maneira informal e sem qualquer custo.
Ou seja, o Clubhouse permite um contato direto com o público, sem filtro, a qualquer hora do dia e em qualquer lugar do mundo. Sem serem rotulados por número de curtidas ou seguidores, os usuários conseguem criar salas temáticas, mediar debates sobre assuntos alinhados ao negócio, promover novas experiências e descobertas sobre as suas marcas dentro do aplicativo.
Surgem também outras ações, como a Pitch Night - organizada por executivos e investidores que aproveitam o potencial da rede social para estimular o empreendedorismo da população das periferias das grandes cidades.
À procura de financiamento e parcerias, os empreendedores selecionados apresentam suas propostas aos jurados em apenas três minutos. Na última dinâmica realizada, Preto Zezé, presidente da Cufa, Tiê Vasconcelos, influencer do Complexo do Alemão, Nina Silva, CEO do Movimento Black Money, Nana Maia, embaixadora do Clubhouse no Brasil, e Diogo Roberte, investidor e cofundador do PicPay, avaliaram os candidatos.
Como prêmio pela disputa, o escolhido recebe R$ 5 mil e mais um mês de mentoria de Diogo Roberte, Nina Silva e Alicia Hanf, investidora americana, e Baron Davis, ex-jogador de NBA. Alicia e Baron são dois dos maiores influenciadores do Clubhouse no mundo.
Além disso, os participantes ganham também o apoio de espectadores do mundo todo que acompanharam a competição e decidiram doar mais recursos para seu projeto.
Para Carlos Costa, diretor executivo da Agência Ecco, as marcas que acharem que o Clubhouse é um lugar de autopromoção, não vão se dar bem. Nele tudo gira em torno da experiência que você pode proporcionar ao usuário dentro do universo de interesses dele, onde a sua marca é um dos coadjuvantes, não o protagonista.
“Quem tem capacidade para influenciar sobre o que fala, mostra isso ao vivo. No Clubhouse não têm like, não tem comentários, não tem seguidores falsos e as possibilidades de edições são mínimas. Ou seu conteúdo brilha ou não brilha”, diz Carlos Costa, diretor executivo da Agência Ecco.
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